terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sentir-se amado !


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

De: Martha Medeiros

A voz do silêncio


Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica
aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem .
Martha Medeiros

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amizade


É a essência da Vida,
É a forma suprema de Amar,
É doar-se inteiramente,
Sem nada em troca esperar.
É falar-se no silêncio,
Com a ternura de um olhar.
É estar disposto a tudo:
De aprender, a ensinar.
É ter um só propósito:
Ver o outro se alegrar.
É estar sempre ao lado,
E se necessário, também chorar.
É viver em comunhão,
Doando-se sem medidas.
É ser mais que irmãos,
E descobrir que esse Amor,
É o que dá sentido à Vida.
em>

Janelas da Vida


Abre a janela do teu coração e deixa a alma arejar!
Sabes, aquele cheiro de mofo de sonhos que envelheceu e tu nem te deste conta? Deixa que o vento leve para longe...
Livra-te também de toda a mágoa e o rancor, faze uma boa limpeza na vidraça da janela do coração.
Garanto que enxergarás melhor a vida lá fora...
Deixa a luz inundar tudo, apagar as marcas das decepções, as tristezas das derrotas, o vicio de sofrer por sofrer e, acima de tudo, permite que o sol derreta o gelo da solidão...

Apaixona- te por um sorriso e sorri junto, ilumina as janelas dos olhos, atrai beija-flores, borboletas, vaga-lumes ...
Ama a pessoa que o espelho reflete todas as manhãs...
Escancara a janela dos desejos e esbanja sonhos!
Ninguém sonha em vão, e também não é verdade que os sonhos fogem, as pessoas é que desistem, e eles morrem...
Alicerça teus desejos com bases sólidas e constrói, dia a dia, degraus para chegares até a tua meta.
Depois, aplaude-te porque conseguiste ! Nisso reside o prazer...

Não permite que nenhuma sombra pesada cubra o sol, que nenhuma parede aprisione o vento e cale o som da vida.
Jamais te transformes em órfão da luz...
Desenha um horizonte além da tua janela, exagera nas cores e entremeia alegria entre folhas.
Floresce todos os campos que tua vista alcança e, depois, vai além muito além...
Expõe na janela toda a alegria de viver, mostra ao mundo um rosto luminoso, uma face sem rugas de preocupações, prontinha para ser acariciada e admirada.

Amplia a essência da ternura, semeia um gesto, uma frase doce ou um suspiro. Seguramente alguma alma comovida escutará e devolverá o eco da tua voz...
Desvia teu olhar das coisas tristes e infelizes, transforma em oásis toda a aridez que aparecer, joga venturas e aventuras em abundância, através da tua janela...
Espalha poeira dourada de sonhos além da janela, planta flores e colhe encantamento. Permite que as sementes da felicidade se espalhem e contaminem toda a terra...

Refaze tuas crenças, redime equívocos, culpas, regenera erros e falhas, distribui perdão. Valoriza o melhor de cada pessoa e, principalmente, o melhor que existe em ti...
Abre a janela da vida e sê pleno em cada coisa, ainda que pareça pequena.
Vive a forma adulta de ser criança, debruça-te na janela e não olhes, simplesmente, a vida passar através dela...
Viva!

Relógio do Coração


Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente.
Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia.
Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário mostrar que eles ficaram por anos em nossas agendas.
Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.
Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas.
Há casamentos que, ao olhar para trás, mal preenchem os feriados das folhinhas.
Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembranças de horas.
Há eventos que marcaram, e que duram para sempre,
o nascimento do filho, a morte do pai, a viagem inesquecível, um sonho realizado.
Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra “eternidade”.
Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo.
Mas conforme meu espírito, houve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz eu estava na ocasião.
O relógio do coração – hoje eu descubro - bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso.
Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.
Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo.
É olhar as rugas e não perceber a maturidade.
É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida.
Pense nisso.
E consulte sempre o relógio do coração:
Ele te mostrará o verdadeiro tempo do mundo

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ser você mesmo


Ser você mesmo não é muito fácil.
Ser sincero, transparente tem seu preço.
Quando nos deixamos conhecer, quando deixamos chegarem perto demais, acabamos nos colocando num microscópio e é muito difícil continuar bonito de tão perto. Afinal, quando nos expomos, quando somos sinceros, espontâneos, mostramos o que temos de bom e ruim.
Mas prefiro que seja assim.
É óbvio que nem sempre estamos preparados para lidar com uma possível rejeição, um possível torcer de nariz para algo que não agrade quem olhou e nem sempre quem olha de tão perto está preparado para ver. Mas é um risco que vale a pena.
Nada como ser você mesmo!
Pelo menos vamos ouvir “bem menos” a famosa frase: não esperava isso de você.
E digo bem menos porque por mais que sejamos sinceros, honestos, transparentes, nem todo mundo consegue nos ver de verdade, nos entender, nos aceitar e nem nos protege da maldade alheia, muito pelo contrário, damos munição.
Fazer a nossa parte não nos protege de tudo, não nos poupa de todos os problemas (às vezes até aparecem mais), mas nos permite dormir com a consciência tranqüila, olhar, de verdade, para o outro.
É, mas cuidado!
Ser sincero não quer dizer ser bom. Tem muito mau-caráter assumido, que te ferra na maior. E nesse caso, também, não poderemos usar a famosa frase: “não esperava isso de você”, mas pelo menos sabemos “mais ou menos” o que esperar. O que já é uma grande coisa.

A maturidade


Cheguei a conclusão de que o número de anos que vivemos tem muito pouco a ver com maturidade.

Há crianças com mais sensibilidade e com mais senso de responsabilidade do que as pessoas que as criam.

A maturidade nos lega bem mais do que o mero crescimento pleno. Significa que desenvolvemos não só o intelecto racional, mas também a sensibilidade emocional.

Requer coragem para enfrentarmos os desafios da vida e inteligência para aceitarmos o imutável.

Significa tentar compreender o comportamento humano, embora continue a nos fazer malograr e a nos frustrar.

A pessoa madura sabe que há muitos caminhos, muitas soluções e muitas conclusões.

O amor não insiste na perfeição. Mas exige que percebamos a correlação entre o que somos, o que acreditamos e o modo como nos comportamos.


Autor: Leo Buscaglia do livro "Nascido para amar"


Lu Schiavon